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CAMPANHA DO RETROPROJETOR

Sabe aquelas velhas campanhas do tipo "vamos ajudar aos necessitados?" , bem, muitas vezes tenho desejo em participar mas fico cheia de receios pois não sei se a doação feita será revertida para a causa que está sendo abraçada. De repente, não mais que de repente abro meu email e vejo a carta que segue abaixo escrita por uma professora nota 10. Nota 10 não nota 1000! Ou será melhor falar 10.000? Bem acho que não tenho zeros suficientes à direita para para dar-lhe o devido valor. Seu pedido pode causar desconfiança em alguns que não a conhecem, que não sabem o lindo trabalho realiza na educação infantil e quão felizes as crianças são em sua sala de aula. Penso que essa felicidade é fruto de se sentirem amadas e bem cuidadas (ainda que a professora lhes chame a atenção). Ela fala no email que não deseja enricar (sei disso e por isso dispenso esse comentário). Porém, acredito que enriquecerá ainda mais as aulas maravilhosas que dá. Tomara que consiga logo atingir seu objetivo e tenho certeza que qualquer excedente (se houver) será revertido para o CMEI em que trabalha.  É isso aí minha amiga alguém tem que olhar para os CMEIs já que os responsáveis por ele não o fazem.


Caros Amigos,
             Quem trabalha na educação, em especial, na educação de nosso município, sabe que para desenvolver um bom trabalho junto aos alunos, é preciso fazer mágica com o nosso salário para pagar as dívidas (que não são poucas) e, ainda, fazer sobrar mensalmente, pouco mais de R$ 50,00 reais para investir na nossa prática.

             Esse dinheiro que deveria ser usado em nossos momentos de lazer em família, acaba sendo revertido na compra de folhas de papel sulfite (para reproduzir as atividades e/ou provas dos alunos), na recarrega dos cartuchos de nossa impressora de uso pessoal (que acaba sendo o instrumento indispensável em nosso trabalho escolar), para comprarmos o giz para a lousa ou caneta para o quadro branco (já que muitas vezes esses acabam sendo o único recurso didático de que dispomos) e que quando vamos solicitar aos nossos coordenadores a sua reposição, tristemente eles nos dizem que não tem.

Diante de tanta dificuldade, muita gente já deve ter me visto em algum evento ou festa de familiares juntando bandejinhas e pratos descartáveis ou recolhendo garrafinhas e tampas de refrigerante na praia enquanto caminho em meus momentos de lazer, só para poder proporcionar aos meus alunos um dia de prazer, ao confeccionarmos brinquedos com essas sucatas e ao fim da confecção eles poderem levar para casa, já que se trata de crianças carentes da periferia do bairro de Felipe Camarão, bairro esse que a família pouco tem a oferecê-los. Até hoje, não tive vergonha de agir assim.

Mas, tem coisas que precisamos e que infelizmente não podemos achar gratuitamente e de forma tão abundante no “lixo”. Principalmente, quando somos professoras polivalente, porque temos que arcar também com os materiais de artes como: pincéis, canetas hidrocor, colas coloridas, cartolinas e EVAs, necessárias para desenvolvermos as diferentes habilidades dos alunos. Aí, nesse caso, temos que mais uma vez, abrir o bolso e comprar mesmo. Indo contra os princípios de muitos de nossos colegas de trabalho e por causa disso, eu e as pessoas que agem assim, compram brigas nas escolas onde trabalhamos.

Se isso é certo ou errado, não sei dizer. Mas também não quero julgar aqueles que não pensam assim. Só não tomei a decisão de ser educadora para fingir que ensino. Até porque não consigo se quer pensar em realizar algo para os meus alunos e não ter condições para isso. Me sinto mal no dia que planejo algo e não consigo executar.

Que já teve a oportunidade de trabalhar comigo ou conhece o meu trabalho, sabe que eu gosto de ambientalizar minha sala com um toque especial. Não faço isso para ser melhor ou pior que as minhas colegas de trabalho, mas para que as crianças que nela vá estudar, ao chegarem, se encantem com o que vê e queiram ficar lá, o tempo que a aula dure sem choros e/ou sofrimentos.

Mas como não sei ampliar os desenhos que escolho, conto ou melhor contava, nas escolas por onde trabalhei, com a ajuda de um retroprojetor (desse que segue em anexo) para isso. Infelizmente, esse ano fui transferida para um CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) igual a muitos existente em nossa cidade, pobre em materiais didáticos e pedagógicos. E recursos áudio-visuais... O que é isso? De recurso lá só tem uma televisão velha.

Apesar de tudo isso, quero continuar fazendo o melhor para a minha turma e ajudar as minhas colegas de trabalho e pensando nisso, resolve fazer uma campanha a fim de levantar fundos para que eu possa adquirir para uso próprio, mas em prol do meu trabalho e daqueles que dele necessitar, um simples retroprojetor.

Para tanto conto com sua ajuda e colaboração doando o valor que você puder e ainda pedindo a ajuda de seus parentes e/ou amigos mais afortunados. Basta você enviar esse e-mail para eles e pedir para eles depositarem a quantia na agência: 3525-4, conta: 27.504-2, em meu nome FRANCISCA LIÉRGIA LIMA DA SILVA.

Para os que ajudarem estarei diariamente enviando a vocês uma prestação de contas e tão logo eu consiga a quantia necessária e que segue em anexo aviso a todos para que se encerrem as doações.

Eu e todos os meus alunos de hoje, amanhã e sempre agradecemos sua colaboração.

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