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Maneira prática de lidar com a indisciplina escolar

INDISCIPLINA NA ESCOLA E NA SALA DE AULA

O “avental” que protege o professor

Todos os professores de uma escola deveriam se reunir com os coordenadores e diretores para estabelecerem entre si um padrão para cada tipo de transgressão que os alunos cometem. Assim, poderiam levantar um inventário das indisciplinas mais comuns dos alunos, avaliá-las e estudar quais as conseqüências educativas progressivas a serem adotadas pelos professores. Esse padrão será o “avental” comportamental que protegerá as idéias e a pele do professor das transgressões dos alunos.
Para chegarem a esse “avental”, todos os professores deveriam participar de sua “confecção”. Mesmo que um professor não concorde com o “avental” votado e aprovado pela equipe, terá de vesti-lo. Se recusar-se, estará dando aos alunos um exemplo de desobediência, e estes se sentirão autorizados a também infringir outras normas escolares.
Há uma grande diferença entre o “avental” que representa a função escolar, a roupa e a pele do professor. Se o aluno transgride, agride ou atira um objeto contra o professor na sala de aula, o primeiro a ser atingido é o avental, portanto, a escola. Assim como o professor é resguardado pelo avental, precisa também defender a escola da qual faz parte. Defendendo a escola, ele estará se protegendo.


O “avental” protege a escola.
A roupa resguarda a função do professor.
A pele protege a integridade física do professor.


Caso o professor não use o “avental”, as transgressões dos alunos atingirão sua roupa. O professor estará sendo atingido na sua função em sala de aula, que deveria ser respeitada por todos, inclusive por ele mesmo, pois esta função está predeterminada e bem definida antes mesmo de começar a aula. Quando o professor se sente atingido na sua pessoa física, nas suas convicções pessoais ou nos seus sentimentos é porque a agressão atingiu o alvo visado. Sua reação torna-se tremendamente pessoal. Isso é muito sério, pois a transgressão do aluno atravessou o “avental” escolar e a roupa para atingir a pele do professor.
Assim como há professores de pele (casca) grossa, a quem nada atinge, há também outros cuja sensibilidade fica exposta, mesmo sob a proteção do “avental”. Está claro que os professores não poderão virar robôs com aventais de ferro, como as armaduras dos cavaleiros medievais, que tiram inclusive a sua liberdade de expressão e criatividade. Porém, a escola não deve distribuir aventais rotos e esburacados, que não protegem seus representantes.

O “avental” comportamental dos professores gera
tranqüilidade nos alunos e confiabilidade nos pais.


O uso do avental

A escola que confeccionar o seu avental comportamental terá uma organização própria caracterizada pela integração das opiniões e aprovações de todos os professores. No “avental” estará presente a contribuição de cada professor, portanto, não lhe será estranho o uso.
O uso do avental faz com que todos sejam organizados, disciplinados e progressivos, fator essencial à formação da cidadania.

Pessoas civilizadas são disciplinadas.


Escola, mais que família, menos que sociedade

Uma das funções da escola é: ao enxergar a indisciplina, servir de espaço intermediário entre família e sociedade. É um contexto no qual as regras e exigências são mais severas que as da família, porém mais brandas que a sociedade. Portanto, a escola não deveria deixar passar impune o que na sociedade não poderá acontecer.


A família pode tolerar,
E a escola não deixar passar
A indisciplina que a sociedade irá punir.



TIBA, Içami. Ensinar aprendendo: novos paradigmas na educação. São Paulo: Integrare Editora, 006.

1 comentários:

E.M. HENRIQUE CASTRICIANO disse...

Olá, Cyntia!
Que beleza de blog!Realmente o problema da indisciplina é um "vilão" muito forte, que precisamos vencer ou aprender a conviver. Este artigo é excelente. Ensina a escola a lidar coletivamente com o problema. Parabéns.
Alzenir Araujo - E.M. Henrique Castriciano.