Abaixo três pares de palavras escritas por Morin e que deveria ter um significado profundo para cada um de nós.Como dizia magnificamente Durkheim, o objetivo da educação não é o de transmitir conhecimentos sempre mais numerosos ao aluno, mas o de criar nele um estado interior e profundo, uma espécie de polaridade de espírito que o oriente em um sentido definido, não apenas durante a infância, mas por toda a vida. É justamente, mostrar que ensinar a viver necessita não só dos conhecimentos, mas também da transformação, em seu próprio ser mental, do conhecimento adquirido em sapiência, e da incorporação dessa sapiência para toda a vida. (MORIN, 2006, p. 47)
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Ainda hoje, durante uma assessoria pedagógica, uma das professoras após ler o texto que segue se emocionou ao lembrar suas dificuldades em aprender a ler. Essa experiência a fez tornar-se uma profissional que sabe o que significa a aprendizagem do olhar e da escuta. Bom para os alunos dela. Bom para nossa educação.
EDUCANDO O OLHAR DA OBSERVAÇÃO
Não fomos educados para olhar pensando o mundo, a realidade, nós mesmos. Nosso olhar cristalizado nos estereótipos produziu, em nós, paralisia, fatalismo, cegueira.
Para romper com esse modelo autoritário, a observação é a ferramenta básica neste aprendizado da construção do olhar sensível e pensante.
Olhar que envolve ATENÇÃO e PRESENÇA. Atenção que, segundo Simone Weil, é a mais alta forma de generosidade. Atenção que envolve sintonia consigo mesmo, com o grupo. Concentração do olhar inclui escuta de silêncios e ruídos na comunicação.
O ver e o escutar fazem parte do processo da construção desse olhar. Também não fomos educados para a escuta. Em geral, não ouvimos o que o outro fala, mas, sim, o que gostaríamos de ouvir. Nesse sentido, imaginamos o que o outro estaria falando... Não partimos de sua fala interna. Reproduzimos, desse modo, o monólogo que nos ensinaram.
O mesmo acontece e relação ao nosso olhar estereotipado, parado, querendo ver só o que nos agrada, o que sabemos, também, reproduzindo um olhar de monólogo. Um olhar e uma escuta dessintonizada, alienada da realidade do grupo. Buscando ver e escutar não o grupo (ou o educando) real, mas o que temos na nossa imaginação, da criança que estudamos nos livros.
Ver e ouvir demanda implicação, entrega ao outro.
Estar aberto para vê-lo e/ou ouvi-lo como é, no que ele diz, partindo de suas hipóteses, de seu pensar. Dessa forma, buscar a sintonia com o ritmo do outro, do grupo, adequando, em harmonia, ao nosso.
Para tanto, também necessitamos estar concentrados em nosso ritmo interno. A ação de olhar e escutar é um sair de si para ver o outro e a realidade segundo seus próprios pontos de vista, segundo sua história.
Só podemos olhar o outro e sua história se tivermos conosco uma abertura de aprendiz que se observa (se estuda) em sua própria história.
Nesse sentido, a ação de olhar é um ato de estudar a si próprio, a realidade e o grupo à luz da teoria que nos inspira, pois sempre “só vejo o que sei” (Jean Piaget). Na ação de se perguntar sobre o que vemos é que rompemos com as insuficiências desse saber e, assim, podemos voltar à teoria para ampliar nosso pensamento e nosso olhar.
FREIRE, Madalena. Educador, educa a dor. São Paulo: Paz e Terra, 2008.
09:55
Acreditar de vez em quando em nossa profissão pode fazer uma diferença enorme para nós mesmos e principalmente para nossos alunos
16:27
Qual destas figuras você acha que daria menos pela educação? Os políticos? Pode ser, mas não se engane. Os professores podem ser ótimos nesse tipo de leilão. Qual o quê? Acha que estou sendo injusta com essa pobre-classe-sofrida? Faço parte dela meu amigo, minha amiga. Sei como funciona a dinâmica do descaso cercada por um forte discurso de compromisso (eu diria altamente convincente). Talvez fossem eles os que continuassem com as mãos erguidas com suas plaquinhas a mostra até que o leiloeiro batesse o martelo e falasse suas palavras finais.
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